segunda-feira, 18 de julho de 2016

O jogo, Ep 1


O jogo: O início

Não vou revelar meu nome, pois isso provavelmente só me traria mais problemas, estou escrevendo porque essa pode ser a única forma de evitar que isso aconteça com qualquer outra pessoa, vocês devem estar querendo saber o que, afinal, está acontecendo comigo, bem, aí vai:
Eu e minha esposa vivemos na zona nobre de São Paulo/SP, nos casamos jovens, admito, mas isso nunca foi um problema, até que tentamos ter o nosso primeiro filho e ela abortou, pagamos o tratamento, já que não fazia parte do pacote do convênio que meu trabalho oferecia, tivemos de gastar todas as nossas economias, mas não deu em nada, ela continuava infértil. Aos poucos, nosso dinheiro de uso cotidiano também foi sendo usado para o tratamento hormonal, isso parecia nunca acabar, pedi empréstimo ao meu banco, meu nome ficou sujo, e meu bolso? Vazio.
Ontem à noite, estávamos nos preparando para tentar dormir, não era muito tarde, se eu não me engano, eram dez ou onze da noite.
A campainha toca, eu desço as escadas, abro a porta, e pego meu taco de golfe, sigo em direção do portão e ouço o som da partida de um carro que saia provavelmente do outro lado da rua.
Abri o portão, mas não havia ninguém, olhei para o chão e havia um envelope, com algum volume dentro, o carro, já virava a esquina, não dei muita atenção a ele na hora, mas tenho certeza de que devia ter anotado a placa, talvez, se eu o tivesse feito, os malditos que me fizeram perder o sono estariam presos agora.
Bem, continuando, eu tranquei o portão e entrei em casa, encontrei minha esposa, abatida, magra, com a alça da camisola caindo pelo ombro, lembro de quando essa mesma alça ficava justa ao seu colo, tão linda, a mulher da minha vida, agora destruída pelo excesso de remédios.
Fechei e tranquei a porta.
Passei por minha mulher e fui direto a cozinha, achar uma faca para abrir o envelope, maldita hora que eu fiz isso.
Abri, e na carta dentro do envelope dizia o seguinte:

Bem-vindos senhor e senhora XXXXXXXX.
Estamos felizes por terem aceitado participar do nosso jogo, bem, primeiro, algumas regras:
*Não liguem para a polícia (tenham em mente que estão sendo vigiados durante todo o tempo que permanecerem jogando).
*Não digam a ninguém que conhecem sobre esta carta, ou qualquer detalhe do jogo.

Ótimo! Agora que seguiram os primeiros passos, podemos continuar com a explicação de como se joga, é bem simples:
Existem, no Brasil e em outros 32 países, jogadores; casais, que assim como vocês, precisam muito de uma quantidade generosa de dinheiro.
E é pra isso que o jogo foi criado.
Bem, o objetivo é um só:
Ser o último casal jogando.
Vocês podem identificar outros jogadores da forma que conseguirem.
Bem, vocês podem desclassificar outros jogadores das seguintes formas:
*Matando-os.
*Fazer com que sejam presos.
*Retirando o chip presente em todos os jogadores de seu braço.

Existem 4 tipos de prêmios:
*Regional (Eliminando todos os jogadores de sua cidade) Prêmio: US$100.000 .
*Estadual (Eliminando todos os jogadores de seu estado) Prêmio: US$1.000.000 .
*Federal (Eliminando todos os jogadores de sua federação) Prêmio: US$1.000.000.000 .
*Mundial (Eliminando todos os jogadores do mundo) Prêmio: US$1.000.000.000.000 .

No dia seguinte à entrega e recepção desta carta um agente de nosso jogo irá até a sua residência para lhes colocar o chip.

Existe uma forma de adquirirem vantagens ao longo do jogo:
*Fazendo objetivos secundários que lhes serão dados caso entrem em contato conosco.
*Número para contato: XXXXXXXXXXXXXX.

Observação final: Ao atingirem qualquer prêmio, lhes será dada a chance de sair do jogo.

Boa sorte!

AVISO:

  Vou deixar a série NO um pouco de lado e dar atenção a uma outra coisa que eu estou pensando, caso vocês não gostem, deixem nos comentários de cada episódio o que vocês gostariam que melhorasse. Bem, é isso.

sábado, 16 de julho de 2016


O viajante


Nick era um menino, e nem ele mesmo sabia sua idade ao certo, pois quando não se sabe em que tempo está, é impossível saber quantos anos já viveu, Nick já foi normal, teve uma escola, pais, uma casa, roupas limpas, mas há muito tempo já não se lembra como é o cheiro de shampoo, Nick se encontra agora em um lugar que não há nada, não há cheiro, não há toque, não há cor, existe apenas Nick e vazio.
Vou lhes contar como tudo começou.
Nícolas vivia em Santa Catarina, Brasil.
Ele tinha doze anos quando percebeu que não é como as outras crianças de sua sala. Nick vinha de uma família comum, como todos em sua cidade, nem muito acima da média, mas também não abaixo dela.
Um dia, voltando pra casa, percebeu que havia esquecido seu celular na sala de aula, e, ao perceber isso, notou que estava de volta em sua sala, com seu professor falando, no fim da última aula. Lembrou que seu celular estava embaixo de sua mesa, o pegou, e, feito isso, estava de volta ao caminho de casa, ainda andando, mas dessa vez de fones de ouvido, que tocavam sua música preferida, “Hell's Bells” da banda de hard rock “AC/DC”.
Tentando entender o que havia acontecido no caminho, Nick passou direto por seus pais e foi se deitar, pensou em tudo o que um dia quis saber, todas as respostas que podiam ser respondidas com o dom que agora ele sabia que tinha, se perguntou sobre oque houve com Hitler, mas nada aconteceu, quis saber aonde estava escondida a arca da aliança, abriu seus olhos e ainda estava no seu quarto, pensou então em como seus pais o haviam feito, nesse instante, percebeu estar em um lugar muito escuro, como se toda luz houvesse sido extinta, mas, mesmo assim, ainda conseguia saber aonde estava, e oque acontecia a sua volta, não ouvia, e seu corpo já não era o mesmo, era menor, bem menor e sentia alegria, como nunca havia sentido antes, vibrações familiares vinham contra seu corpo e o fazia sentir calmo e protegido, era seu pai, ele sabia que era, seu pai o estava vendo, e lhe fazendo seus primeiros carinhos, enquanto Nick ainda estava dentro do útero de sua mãe, ali ele se sentia bem, se sentia como se nada o pudesse machucar, voltou à realidade, correu as escadas abaixo e pulou nos braços de seu pai, atitude que há muito tempo não tomava.
De volta ao quarto depois de assistir vários filmes junto de seus pais, quis saber porque Milena, sua última namorada, havia terminado com ele dois meses atrás, no mesmo instante que pensou nisso, se viu na rua, com ela em seus braços, como ele se sentia bem ali, até que percebeu que Alexandre um dos meninos do 1º ano, passava na frente dos dois, assim que ele passou, Milena o seguiu com os olhos e deu uma risadinha abafada, isso nunca havia passado pela mente de Nick, mas agora tudo fazia sentido.
Novamente em seu quarto, Nick notou o quão poderoso ele era agora, poderia mudar cada detalhe de sua vida, quantas vezes quisesse, começou por sua casa, pois odiava aquele lugar, quando acordou, estava no Rio Grande do Sul, morando com sua tia, que ele amava mais que tudo.
Depois, resolveu salvar seu melhor amigo Rich. Na hora de seu atropelamento, o puxou de volta à calçada, e agora ele morava do lado da casa de Nick.
Por último, resolveu mudar a cor de seus olhos, voltou quando ainda era um embrião, pensando em escolher os componentes químicos e hormonais que o formariam, mas algo saiu dos seus planos, e agora estava aqui, não sabia o porquê, mas ele se sentia muito sozinho ali.
Alena sentia-se horrivelmente mal ao jogar o absorvente com seu futuro filho Nícolas, ainda como um monte de gosma vermelha no lixo.
Dois dias antes Alena tinha ido ao médico, e, segundo ele, a gravidez estava normal, não sabia oque havia dado errado, mas com cinco semanas de gestação, seu filho havia decidido sair de dentro dela.

sexta-feira, 15 de julho de 2016


A estranha




Caro olhava através da janela de seu quarto, enquanto se arrumava para ir a escola, não via porque não tinha amigos, nunca fez mal a ninguém, mas, mesmo assim, todos a rejeitavam, ficava sozinha e isolada no seu canto da sala. Parou de refletir em sua vida quando ouviu sua mãe lhe chamando:
-Vamos Caro, a hora do ônibus já está chegando!- Dizia sua mãe, gritando do andar de baixo.
Logo, Caro estava vestida, e, descendo as escadas, viu de relance, algo correndo ao seu lado, passando por ela na direção oposta, olhou para trás, mas não viu nada além do fim das escadas e do quadro de seu avô já falecido na parede.
Chegando na escola, tudo estava normal, menos por um detalhe, algo a estava seguindo, passando do seu lado, tão rápido que era impossível segui-lo com os olhos, não digo alguém, pois oque a seguia brilhava como um holofote.
No ônibus de volta pra casa, Caro percebeu algo diferente, os faróis e lâmpadas ao seu redor, estavam apagados, como se a energia da cidade tivesse acabado, mas, mesmo assim, tudo ainda estava claro.
Entrou em casa e viu que sua mãe estava estranhamente entretida com a televisão desligada, como se a tela tivesse pifado, pois o som da programação ainda podia ser ouvido.
Deitou em sua cama, sentindo muito calor, oque era estranho, pois era inverno e o termômetro ambiente indicava 13°C, se levantou já com sono e apagou as luzes mas tudo continuava claro, e o calor só aumentava.
Caro sentiu dentro dela uma energia muito forte, como se algo rompesse sua pele, lutando para sair, tudo ardia e queimava, ela caiu no chão, impossibilitada de se mover por tamanha dor.
Sua mãe correu ao quarto de Caro para saber porque sua filha gritava, e ao chegar lá se deparou com algo que ela temia a anos.
-Filha, você está mudando.
-Como assim? Eu não quero mudar! Aaahhh! Faz parar mãe, por favor!
-Eu não posso, pois não sou sua mãe, você foi deixada na minha porta, muito pequena, e achei que tivesse sido abandonada por algum mendigo, até ler o bilhete que estava dentro da sua mão. Não era papel, era algo como silicone, e dizia em palavras muito cultas que você era especial, e que era minha obrigação cuidar de você até chegar a hora de ir, filha, você, é uma estrela.

Muito foi especulado pela polícia local em busca de respostas pelo incêndio das quatro casas e cinco jardins ao redor da casa de uma menina chamada Caro, desaparecida juntamente de sua mãe, mas nada além de depoimentos de algo extremamente quente e rápido voando na vertical foi achado pelos investigadores.
Depois desse dia, Caro nunca mais esteve sozinha.

quinta-feira, 14 de julho de 2016


A mudança

Cristopher vivia em São Paulo/SP, num bairro de classe média baixa, tinha uma vida estereotipada, trabalhava e cursava o ensino superior, não namorava, pois não tinha tempo, não saia, pois não tinha tempo, não bebia, pois não tinha tempo, responsabilidades, ele tinha, cansaço, ele tinha, graves crises de enxaqueca, ele tinha. Mas tempo… Tempo era oque lhe faltava.
Um dia, acordou cedo para ir ao trabalho, como de costume, mas, algo não estava certo, na verdade, tudo estava diferente, nada era como quando havia ido dormir na noite passada.
Era como se todas as coisas, pessoas e lugares fossem os mesmos, mas, ao mesmo tempo, nada estivesse igual, como se ele fosse alguém diferente, sentia isso, sentia que algo, ou melhor tudo, havia mudado. Lembrar do passado lhe trazia uma sensação sufocante, pois suas lembranças agora eram cacos de uma grande tela em branco. Sua vida de antes daquele dia sumiu e nada era a mesma coisa.
Fora isso, havia uma sensação que durava menos de um segundo, mas que ainda assim o preocupava; ele sentia como se em menos de um instante, saísse de um mundo e entrasse em outro.
Não importava o quanto se esforçasse para entender, nada fazia sentido. Suicídio não ganhava crédito em sua mente, assassinato não lhe atraia, sexo não o despertava desejo, nada mais era como antes, não depois daquele sonho.
Na noite em que sua vida havia sumido, um sonho havia criado vida em sua mente embebida em endorfina, não conseguia lembrar o porquê, mas o sonha lhe assustara, fazendo com que pulasse ofegante da cama, não se lembrava do conteúdo do sonho em si, mas lembrava claramente do medo que sentira, e também de imagens vagas, sua visão turva e levemente escarlate, seus parentes mais próximos sendo torturados, os sons de seus gritos e seu choro.
Chegara a conclusão de que a realidade havia mudado, pois ele havia mudado; sua pele, clareou, seus cabelos outrora negros e lisos, agora tinha fios ondulados de um tom castanho, seus olhos marrons, tornaram-se claros, como que da cor do mel.
Agora já não era mais Cristopher, agora, me chamam de Yuki.

Aviso de postagens

Bem, eu vou postar histórias curtas que eu escrevi (e postei em alguns outros lugares como wattpad e spirit) aqui.
O nome da série é NO, cada episódio é uma história diferente, espero conseguir postar um por dia. Boa leitura.

Bem, aqui estamos...

Há muito tempo que eu penso em criar um blog, mas não sabia sobre o que escrever e nem mesmo achava que conseguiria atrair público, e um dia, sem nada pra fazer no trabalho e morrendo de dor de cabeça, resolvi expôr o que eu pensava sobre o mundo para o mundo e também falar sobre as coisas que eu gosto de ler, assistir e ouvir.
Aqui neste blog, espero conseguir passar tudo isso da forma mais simples possível, trazendo até vocês um material de leitura, vídeos e músicas, que eu gosto, e espero com a ajuda de vocês, tornar esse blog cada vez mais amplo, bem, é isso, comentem aqui em baixo oque vocês querem ver aqui e eu dou um jeito.
Se você quer ser um parceiro do blog me envie um e-mail com o assunto que espera tratar, ou a dica de matéria, o endereço é siulini1.2345@gmail.com.

 Sejam bem vindos!!!