quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O jogo, Ep 2

O jogo: Minha luta


Passei muito tempo sem escrever, não tinha como, eles iam descobrir.
Minha esposa agora está no hospital, foi baleada, vou tentar explicar o que aconteceu nesse tempo da melhor forma possível:
Depois de receber a carta, eu e minha esposa conversamos muito sobre a possibilidade de aquilo ser mesmo real, e se fosse? O que nós iríamos fazer?
Esperávamos não ver alguém desconhecido na porta da nossa casa no dia seguinte, mas foi justamente isso que aconteceu. Um homem gigante, branco, de cabelos negros bem aparados, de terno e uma maleta de couro preto na mão direita, lembro das palavras dele como se as tivesse ouvido momentos atrás, e pensar que já faz quase um mês, ele disse exatamente essas palavras:
- Olá, eu sou o iniciador, o homem referido na carta como aquele que irá colocar o chip em você e na sua mulher, ela está? - ele disse sorrindo.
Eu gelei, não lembro de nada do que eu disse àquele homem, mas eu o trouxe para dentro da minha casa, minha esposa estava no térreo, comendo cereais na mesa da cozinha, e, ao ver aquele homem entrando pela porta da sala, empalideceu e largou a colher. Veio até nós e pediu a ele que a acompanhasse ao quarto onde ele poderia fazer o que veio pra fazer. Ele subiu atrás de mim e da minha esposa, chegando no quarto, ele nos pediu que sentássemos, nós sentamos, ele se acocorou em frente à cama e abriu a maleta, dentro dela havia algumas coisas que pareciam fazer parte do acervo de um cirurgião completamente maluco.
Eu acordei ao lado de minha esposa, ambos com o pulso costurado, e um envelope estava presente em cima do criado-mudo, com o mesmo selo vermelho do último.
Decidi não abri-lo naquele momento e acordei minha esposa, ela estava em choque, não sabia o que havia acontecido, eu a abracei e ela se acalmou, descemos ao térreo, nada estava diferente, exceto pela porta de entrada, que permanecia aberta, mas o portão estava fechado, ainda com a minha chave na fechadura, que balançava levemente, busquei a chave e tranquei a porta. Depois de sentar no sofá ao lado de minha esposa, ouvi o som de vidro se quebrando, vinha da cozinha, busquei com os olhos algo que pudesse usar para me defender, achei uma faca, que estranhamente descansava em cima da mesa de jogos, ao lado da TV, peguei-a, mandei minha esposa subir e sai correndo em direção à minha cozinha, chegando lá, vi um homem com o rosto coberto e algo negro na mão, algo que descobri ser uma arma de punho quando ele a apontou e fez os primeiro disparos em minha direção, consegui me esquivar atrás da parede, sem muitos machucados, exceto um tiro de raspão no meu ombro esquerdo, o sangue escorria pelo meu tronco, não sabia o que fazer, corri na direção oposta à cozinha, entrando no quarto de visitas, ouvi passos suaves indo em direção à escada, o vi subir o primeiro degrau, me agache e o segui sem que ele percebesse, cheguei no segundo degrau quando ele olhou pra trás e me viu, segurei a mão em que ele empunhava a arma e apontei pra cima, desferindo um golpe com a face em seu estômago, ele gemeu e enfraqueceu, caindo no chão, o golpeei mais umas duas ou três vezes, até que seu tórax parou de se mexer, quando respirava ofegante.
Subi ao meu quarto, e minha esposa estava pálida como papel, quando me viu sangrando, correu em minha direção e me abraçou forte, a empurrei um momento de lado, peguei o envelope ainda fechado e descemos as escadas, desviamos do corpo já sem vida daquele homem que eu mesmo matei, seguimos até a garagem, peguei a chave no porta chaves na parede da sala, entrei no carro e liguei enquanto minha esposa abria a porta da garagem. Saímos sem fechar a casa, peguei a primeira estrada que vi.
Parei num hotel no acostamento e pedi um quarto, subimos e eu abri o envelope, onde havia uma carta dizendo:


Bem, aqui estamos nós novamente.
Agora vocês estão no jogo definitivamente, não tentem retirar o chip, pois ele possui uma trava de segurança ligada aos tecidos de suas artérias, caso tente, ele liberará uma quantidade letal de ricina em seu organismo.
Caso se lembrem, vocês podem pedir vantagens ligando para o número presente na primeira carta, se não a tiver mais em mãos, segue o número:
XXXXXXXXXXXXXX
Espero que consigam o que buscam.

Boa sorte! 

Terminarei de escrever assim que puder, eles estão vindo, ouço sons debaixo da janela.

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